Um dia, estou em casa, muito descansada, quando o A. me pede para ir abrir a porta porque ele está muito carregado e não consegue...

Lá vai a Marta abrir a porta e depara-se com a sua prenda de aniversário antecipada: um forno!!!

Sim, agora já posso fazer muuuuuitas mais coisas! :)

E uma das primeiras coisas a fazer foram umas bolachinhas!

Tinha toranja em casa para gastar, de uma experiência falhada e lá fui experimentar!

#72 | Bolachas de Toranja

Ingredientes (para cerca de 25 bolachas pequenas)

. 190 gr de farinha de trigo sem fermento
. 90 gr de farinha de trigo com fermento
. 1/2 colher de chá de fermento em pó
. 1 pitada de sal fino
. 125 gr de açúcar granulado branco
. Raspa de 1 toranja
. 63 gr de manteiga sem sal, à temperatura ambiente
. 1 gema
. 60 ml de sumo de toranja

1. Misturar as farinhas com o fermento e o sal. Reservar.
2. Numa taça de batedeira (caso tenha uma incorporada) ou numa taça larga, esfregar o açúcar com a raspa da toranja, para libertar os seus aromas e sabor.
3. Adicionar a manteiga e bater com a batedeira em velocidade média, até ficar homogéneo e esbranquiçado.
4. Juntar a gema e bater até ficar misturar, raspando as bordas da taça se for necessário.
5. Reduzir a velocidade da batedeira e juntar as farinhas, alternadas com o sumo de toranja, começando e acabando sempre com a farinha.
6. Quando a massa começar a colar, parar com a batedeira e amassar um pouco com as mãos para a massa ficar um pouco mais homogénea.
7. Formar um disco alto com a massa e envolvê-la em película aderente.
8. Refrigerar, pelo menos, 30 minutos ou até ficar firme.
9. Pré-aquecer o forno a 175º.
10. Colocar papel vegetal num tabuleiro que possa ir ao forno.
11. Estender a massa numa superfície enfarinhada, até ficar com cerca de 4 mm de espessura.
12. Com um cortador de bolachas, cortar a massa nas formas desejadas.
13. Levar a cozer até as bolachas ficarem douradas (cerca de 15 minutos, mas depende de forno para forno).





Uma sugestão que faço já é a substituição da raspa e sumo de toranja por outro citrino qualquer. Há-de ficar igualmente bom, garanto!

Não é uma bolacha muito doce, mas muito agradável. Infelizmente, pensei que o sabor da toranja fosse mais acentuado, mas a própria toranja não é muito aromática. Para a próxima, ou se alguém for testar, experimentem adicionar mais raspa para acentuar o seu sabor.

De resto, fica uma bolacha bonita, crocante q.b. mas que tem tendência a amolecer quando deixada ao ar. Por isso, guardem-nas num recipiente hermético.

Foi uma boa experiência e, para quem gosta de sabores suaves, é a receita ideal!

Sabor de Bolso

Nas aulas, aprendemos de tudo um pouco e, às sextas-feiras, regressamos às origens com Cozinha Tradicional Portuguesa.

Já foi Sopa da Pedra, Bacalhau Assado com Batatas na Areia e, desta última vez, foi Robalo ao Sal.

Sempre foi um prato que me suscitou alguma curiosidade mas, por falta de forno e às vezes de tempo, nunca o cheguei a experimentar.

Chegou o dia!

Obs.: A receita tradicional diz para usar apenas sal e cobrir completamente o peixe, mas fizeram-se algumas alterações para experiência.

#71 | Robalo ao Sal de Citrinos

Ingredientes (para 2 robalo de cerca de 200gr - 2 pessoas )

. 2 robalos frescos, limpos e amanhados
. sal q.b. (depende do tamanho do peixe - usei cerca de 1,5 kg para cada)
. Raspa de 2 limões
. Raspa de 2 limas
. Raspa de 2 laranjas
. Tomilho fresco q.b.
. Salsa fresca q.b.
. 2 rodelas de limão
. 1 clara (ou mais - dependendo da quantidade de sal que usarem)
. Brandy q.b.

1. Com alguns raminhos de salsa e tomilho, fazer um pequeno bouquet de ervas (usei uma erva de cebolinho para atar).
2. Colocar na cavidade (onde estão as entranhas) dos robalos, com 1 rodela de limão cortada em dois.
3. Misturar o sal com as raspas dos citrinos.
4. Envolver a clara no sal e mexer até ficar ligado.
5. Num tabuleiro de ir ao forno, colocar sal suficiente para caber cada robalo (fiz os dois em separado).
6. Colocar o robalo com o bouquet em cima do sal e tapar com o sal restante (deixar a cabeça e cauda à mostra é opcional).
7. Levar ao forno durante cerca de 20 minutos, a 200 º.
8. Quando retirar do forno, regar com brandy e flambejar.

Desde já, peço desculpa por nâo haver foto do peixinho fora do sal, mas garanto-vos que fica super suculento e não, não precisa de mais sal. O bouquet de ervas com o limão dá-lhe um sabor super fresco e aromático que liga perfeitamente com umas batatas a murro assadas e um bom fio de azeite.

O sal, antes de cozer, tem uma tonalidade amarelinha, super bonita que, depois de ir ao forno, se transforma em "areia".




Nada mais simples!

Agora imaginem levar o peixe assim para a mesa e abri-lo apenas lá.... Que vistaça que vão fazer! :)

Sabor de Bolso

Cá em casa, é época de férias da Páscoa para os dois.

Tempo de descansar, tempo de experimentar.

E foi ao A. que surgiu a ideia de metermos mãos à obra.

Em casa dos pais dele, sempre se fizeram folares como tradição, na Páscoa mas, actualmente, devido à força exigida para amassar a massa, já não o era possível fazer.

Com saudades, o A. desafiou-me a fazer a experiência e, este ano, sermos nós a fazer os folares.

Eu, reticente (porque o meu jeito com massas é muito pouco), lá aceitei e ontem pusemos mãos à obra!

É uma receita de grandes quantidades, já com o objectivo de distribuir pela família. Não sei se é a receita tradicional do folar de Páscoa, mas tem direito à tradicional cruz na massa e à reza para a massa levedar como deve ser! E lá que é boa, é!


#70 | Folar de Páscoa

Ingredientes (para cerca de 16 folares)

. 5 kg de farinha extra fina sem fermento
. 50 ovos (10 ovos para cada kilo de farinha)
. 1,250 kg de açúcar (250 gr para cada kilo de farinha)
. 1 colher de chá de canela
. 1 copo de aguardente
. 500 gr de manteiga amolecida
. 500 ml de sumo de laranja
. Raspa de 2 limões
. 1 colher de sobremesa de aroma de baunilha
. 11 gr de fermento seco de padeiro (da Fermipan, é um pacote)
. Leite morno (a olho, dependendo do estado da massa)


1. Numa panela, juntar os ovos e o açúcar, em lume brando, e bater com a batedeira até ficar uma mistura homogénea.


 2. Adicionar o sumo de laranja e a baunilha e mexer. Retirar do lume e reservar.
3. Numa taça bem grande (é aqui que depois fica a massa toda), peneirar a farinha com a canela e adicionar o fermento de padeiro.
4. Fazer um buraco no meio da farinha e colocar a mistura dos ovos, misturando aos poucos com as mãos.
5. Adicionar a raspa de limão e o leite morno a olho, até a massa estar não muito rija.
6. Juntar a aguardente e a manteiga amolecida e continuar a amassar.
7. Continuar a amassar até a massa fazer fole (quando se puxa a massa para um dos lados da taça, a massa faz pequenos foles - espécie de bolhas). (Aqui os músculos e braços de um homem com força são muito bem-vindos!)


8. Fazer uma cruz na massa e dizer as seguintes palavras:

Nosso Senhor te levede.

9. Deixar levedar 5 a 6 h
10. Com a ajuda de uma espátula e mãos bem enfarinhadas, retirar porções de massa e colocar num tabuleiro com bastante farinha.


11. Dobrar as pontas para o centro e virá-lo ao contrário, ficando em forma de bola (aqui o nosso jeitinho foi tanto que a massa espalhava mais num rectângulo que numa bola...)
12. Colocar os folares em tabuleiros/caixas com panos enfarinhados e deixar levedar mais uns minutos.
10. Untar folhas de couve com óleo (para fazerem de base ao folar no forno) e fazer três cortes em cima da massa.

11. Colocar os folares em forno de lenha, tapados com folha de jornal (diria que é o mesmo efeito que a folha de alumínio tem nos fornos de cozinha).



10. Assar em forno de lenha de 20 a 25 minutos.







Como se vê pelas fotos, o nosso jeitinho para fazer folares bonitos é muito pouco... Mas que estão saborosos, lá isso estão!

Não é um folar muito doce, mas tem o doce travo do açúcar, canela e um toque de aguardente (calma, não é exagerado).

Comemos um acabadinho de sair do forno, assim mesmo sem nada, e estava tão bom!

Mas, quando arrefece, como um folar é suposto ser, fica um bolo mais denso e seco, mas que acompanha muito bem queijos, doces ou marmeladas, seja ao pequeno-almoço ou lanche.



Foi uma experiência e um dia diferente, no mundo da cozinha mais tradicional, onde se transmitiram conhecimentos de uma geração para outra que não se irão esquecer e, quem sabe, para o ano há mais!

Obrigada, D. Arminda pela receita e pela ajuda e dicas ao fazer estes maravilhosos folares!

Sabor de Bolso

No desafio de, na aula de acepipes, criar um acepipe usando maioritariamente frutas, vem logo à ideia ah melão com presunto.

Sim, é bom, mas toda a gente o faz.

E decidi reinterpretar este famoso acepipe e joguei com os sabores ácido, doce e salgado num shot super fresco e de sabor complexo que, não só é rápido de fazer, como visualmente, é super bonito!

#69 | Shot de Morango, Laranja e Hortelã com Crocante de Presunto e Carambola Desidratada

Ingredientes (para cerca de 20 acepipes -depende do tamanho dos copos que usarem)


. 500 gr de morangos frescos
. 2 laranjas em fatias
. Hortelã fresca q.b.
. 6 fatias de presunto finas
. 2 carambolas frescas
. Açúcar granulado branco q.b. (vai depender de quão doce vocês gostam - eu usei duas colheres de sopa)
. Gelo q.b.

1. De véspera ou dois dias antes, colocar a desidratar a carambola, cortada em fatias finas, num desidratador ou num forno, em temperatura mínima, durante 8 horas ou até as fatias estarem secas e um pouco crocantes.
2. Colocar as fatias de presunto no forno, a 180º, durante 10 minutos, ou até estarem secas e crocantes.
3. Picar as fatias de presunto grosseiramente. Reservar.
4. Num processador, colocar os morangos, a laranja, as folhas de hortelã, o açúcar e o gelo (verifiquem se o vosso processador pica gelo - ou então usem gelo picado ou até gasosa bem fresca),
5. Colocar a mistura anterior em copos de shot (ou no que preferirem), polvilhar com o presunto desidratado e decorar com uma fatia de carambola desidratada.




Eu gosto muito da combinação salgada e doce e aqui temos um casamento perfeito!

A sopa é super fresca, doce no ponto perfeito e, no fim, depois de passar pelo sabor intenso a morango e depois a laranja, fica o fresquinho da hortelã.

O presunto vem balançar estes sabores e a carambola dá um travo mais ácido ao acepipe.

Quem não gostar do contraste, podem simplesmente tirar o presunto da receita e tem um acepipe quase sobremesa!

Faz um vistaço em jantar de famílias ou amigos e é super simples e saboroso!

Sabor de Bolso