#169 | Perca com "pesto" de beterraba
Dia 52 (5 de Maio de 2020).
Hoje saí pela primeira vez para as compras na "fase de desconfinamento".
Imaginava as ruas de Coimbra cheias de gente, os supermercados idem. Tudo já contente por apanhar ar.
Mas enganei-me. Encontrei os supermercados mais cheios nas outras terças-feiras do que hoje. Pode ser que seja um sinal dos tempos, em que as pessoas percebem que isto tem de ser aos poucos.
90% das pessoas com máscara na rua, a cumprir o seu dever.
Algumas lojas mais pequenas já abertas, mas outras mantêm a porta fechada. Irão voltar a abrir? ...
Foi apenas mês e meio mas, para muitos, foi o resto da vida por água abaixo. Foi o seu negócio fechar, para não mais abrir. Foi ver as contas a crescer, sem saber como encontrar forma de as pagar.
Foi dispensar equipas por não ter forma de lhes pôr pão na mesa. E esses funcionários a fazerem contas de cabeça porque não sabem como o fazer...
Isto não é mau para todos. Mas, para a maioria, é catastrófico.
Vamos ver o que o tempo e as ajudas trarão a essas pessoas e vamos ver, aos poucos, o país a crescer novamente. Espero eu.
Tudo isto me faz pensar no quão sortudos nós ainda somos.
Ainda posso pôr comida na mesa, ao meu gosto e como eu quero.
Ainda me posso dar ao luxo de, hoje, comprar um peixe mais caro para provar.
Ainda me posso dar ao luxo de comprar um takeaway.
Ainda me posso dar ao luxo de poder desfrutar do tempo com o A.
Não estamos assim tão mal.
Com isto, trago-vos uma receita modesta, mas bonita e com muito sabor.
Um simples arroz branco, ao qual juntei cenouras e espargos do quintal.
Um "pesto" (que de pesto não tem nada, pois não tem manjericão nem pinhões) de beterrabas do quintal.
E perca do Nilo. Pode não ser o melhor peixe do mundo, pode não ser topo de gama, mas foi para experimentar uma coisa diferente.
Aproveitar os pequenos luxos que podemos ter.
#169 | Perca com "pesto" de beterraba
Hoje saí pela primeira vez para as compras na "fase de desconfinamento".
Imaginava as ruas de Coimbra cheias de gente, os supermercados idem. Tudo já contente por apanhar ar.
Mas enganei-me. Encontrei os supermercados mais cheios nas outras terças-feiras do que hoje. Pode ser que seja um sinal dos tempos, em que as pessoas percebem que isto tem de ser aos poucos.
90% das pessoas com máscara na rua, a cumprir o seu dever.
Algumas lojas mais pequenas já abertas, mas outras mantêm a porta fechada. Irão voltar a abrir? ...
Foi apenas mês e meio mas, para muitos, foi o resto da vida por água abaixo. Foi o seu negócio fechar, para não mais abrir. Foi ver as contas a crescer, sem saber como encontrar forma de as pagar.
Foi dispensar equipas por não ter forma de lhes pôr pão na mesa. E esses funcionários a fazerem contas de cabeça porque não sabem como o fazer...
Isto não é mau para todos. Mas, para a maioria, é catastrófico.
Vamos ver o que o tempo e as ajudas trarão a essas pessoas e vamos ver, aos poucos, o país a crescer novamente. Espero eu.
Tudo isto me faz pensar no quão sortudos nós ainda somos.
Ainda posso pôr comida na mesa, ao meu gosto e como eu quero.
Ainda me posso dar ao luxo de, hoje, comprar um peixe mais caro para provar.
Ainda me posso dar ao luxo de comprar um takeaway.
Ainda me posso dar ao luxo de poder desfrutar do tempo com o A.
Não estamos assim tão mal.
Com isto, trago-vos uma receita modesta, mas bonita e com muito sabor.
Um simples arroz branco, ao qual juntei cenouras e espargos do quintal.
Um "pesto" (que de pesto não tem nada, pois não tem manjericão nem pinhões) de beterrabas do quintal.
E perca do Nilo. Pode não ser o melhor peixe do mundo, pode não ser topo de gama, mas foi para experimentar uma coisa diferente.
Aproveitar os pequenos luxos que podemos ter.
#169 | Perca com "pesto" de beterraba
Ingredientes (para 2 pessoas)
. 2 postas de perca do Nilo
. 225 gr de beterraba cozida e escorrida
. Raspa de 1 laranja
. 50 gr de parmesão ralado
. 1 colher de chá de ervas à escolha (eu usei coentros secos)
. 1 dente de alho picado
. 1/3 de chávena de azeite
. Sal
. Pimenta preta
. 2 postas de perca do Nilo
. 225 gr de beterraba cozida e escorrida
. Raspa de 1 laranja
. 50 gr de parmesão ralado
. 1 colher de chá de ervas à escolha (eu usei coentros secos)
. 1 dente de alho picado
. 1/3 de chávena de azeite
. Sal
. Pimenta preta
Preparação
1. Triturar a beterraba com a raspa de laranja, parmesão, alho e as ervas.
2. Aos poucos, adicionar o azeite. Pode não ser necessário o azeite todo. Deverá ficar um puré espesso. Reservar.
3. Numa frigideira em lume médio, colocar um fio de azeite.
4. Temperar o peixe com sal e pimenta e cozinhar o peixe cerca de 4 minutos de cada lado, ou até dourar.
5. Servir com arroz branco.
O arroz branco não tem nada que saber. Refoguei a cenoura e os espargos num pouco de azeite. E depois cozi o arroz nesse refogado, como normalmente.
O peixe ficou suculento e macio, mas com uma pequena crosta dourada por fora. Podem ver pelas fotos a cor linda com que ele ficou. O seu sabor é suave, mas notório.
A beterraba tem o seu sabor característico, conjugado com um pouco do picante do alho. Eu, por mim, tinha posto um pouco menos de alho, porque eu não aprecio o seu sabor cru. Mas o A. gostou. Vão adicionando aos poucos e vão provando, adaptando ao vosso gosto.
Não fica um puré super cremoso, porque não é o suposto. É suposto ainda sentirem alguns pedaços pequenos da beterraba, para dar alguma textura.
As ervas também não são para se sobrepôr ao sabor da beterraba (como se isso fosse possível).
A cenoura do arroz também vem dar um nível de doçura ao prato, que liga muito bem com o peixe.
Este prato é versátil, no sentido de poderem usar outro peixe branco que tenham por casa, com um sabor moderadamente suave, e de poderem usar outros legumes no arroz. Eu sei que os espargos são um pouco mais dispendiosos, por isso, se não tiverem, não usem. Eu usei porque era o que tinha cá por casa.
É um prato simples, mas bonito. Delicado, mas cheio de sabor.
Nesta fase de libertação controlada, podemos direccionar o nosso espírito mais "selvagem" para a cozinha e divertimo-nos entre tachos e panelas.
Dar asas à imaginação com o que temos na despensa.
E vão sair coisas maravilhosas. Disso não tenho dúvidas. Depois contem-me como foi :)
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